Sento-me na mesa do café.
Ao meu lado há uma cadeira vazia.
Quem se vai lá sentar, tu ou ele?
Olho lá para fora, alcanço a serra verde com os olhos, na esperança de que tudo aquilo passe. Fecho os olhos com força mas quando os abro, vocês os dois continuam lá.
Falando, falando, falando... De tudo, de nada.
E num instante insuspeito, páram os dois, contemplam e sorriem-me.
Os dois sorriem-me com um sorriso meigo, doce, morno... E eu só penso que quero sair dali, que o meu coração não tinha de estar sujeito a estas coisas da vida, que a raiva me sufoca e prometo todas as vezes que não vou voltar, que não vou viver tudo de novo, semana após semana, mês após mês, um ano nisto...
Acabo por voltar, e dói.
Sempre finjo que nenhum dos dois está na mesa do café. Talvez seja eu um fantasma que vagueia por ali e vocês duas almas redentoras. Mas os vossos sorrisos fazem-me sofrer. Só quero sair daquele quadro mas as forças faltam-me. Porquê eu, porquê nós?
Basta-me esticar o braço e toco num de vós. E vejo que estou mesmo ali, no meio daquele fogo cruzado.
No carro observo a paisagem, a ver se me esqueço de vocês.
Mas há sempre um olhar curioso que me persegue pelo retrovisor ou uma mão carinhosa na perna que me puxa para a realidade.
Mas decidi, vou soltar-me das amarras de ambos...
Mais nenhum sorriso me vai prender,
nem mais nenhum olhar ansioso me vai inquietar.
Para vocês, voltarei uma estranha.
Aquela alma estranha que vos povoa os sonhos e inquieta as noites.
E naquela mesa do café, uma cadeira vai ficar vazia.
LadyFullMoon
Ao meu lado há uma cadeira vazia.
Quem se vai lá sentar, tu ou ele?
Olho lá para fora, alcanço a serra verde com os olhos, na esperança de que tudo aquilo passe. Fecho os olhos com força mas quando os abro, vocês os dois continuam lá.
Falando, falando, falando... De tudo, de nada.
E num instante insuspeito, páram os dois, contemplam e sorriem-me.
Os dois sorriem-me com um sorriso meigo, doce, morno... E eu só penso que quero sair dali, que o meu coração não tinha de estar sujeito a estas coisas da vida, que a raiva me sufoca e prometo todas as vezes que não vou voltar, que não vou viver tudo de novo, semana após semana, mês após mês, um ano nisto...
Acabo por voltar, e dói.
Sempre finjo que nenhum dos dois está na mesa do café. Talvez seja eu um fantasma que vagueia por ali e vocês duas almas redentoras. Mas os vossos sorrisos fazem-me sofrer. Só quero sair daquele quadro mas as forças faltam-me. Porquê eu, porquê nós?
Basta-me esticar o braço e toco num de vós. E vejo que estou mesmo ali, no meio daquele fogo cruzado.
No carro observo a paisagem, a ver se me esqueço de vocês.
Mas há sempre um olhar curioso que me persegue pelo retrovisor ou uma mão carinhosa na perna que me puxa para a realidade.
Mas decidi, vou soltar-me das amarras de ambos...
Mais nenhum sorriso me vai prender,
nem mais nenhum olhar ansioso me vai inquietar.
Para vocês, voltarei uma estranha.
Aquela alma estranha que vos povoa os sonhos e inquieta as noites.
E naquela mesa do café, uma cadeira vai ficar vazia.
LadyFullMoon
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