Sou um poço
Eu sou um poço. Um poço negro.
E daqui a alguns dias, quando o meu bem
Me descobrir e me esvaziar de tal esforço,
E içar um balde de mim e ver que fico aquém
vai ficar desiludido do que imaginava
não sabe que passar um balde para além
desta roldana me retirar a água que me secava,
até a última partícula líquida se evaporar
no meu interior a ultima gota de água evaporava
As derradeiras gotas de água. Parada. Morta.
Como eu. Daqui, desta janela, desesperava
Ias e um outro poço, porque és torta
Outro poço parecido comigo,
Onde te abastecias ao qual exortas
Era um outro poço, era um poço amigo
O mais estranho nisto tudo, penso
É querer que leves a minha água contigo
Saber que apesar de vazio e tenso
Podes ainda querer te abastecer comigo
Há quem me mire de soslaio,
por entre os caixilhos da janela, e searas de trigo
onde passo a maior parte do Maio.
Parado. Morto. Como um poço.
Mas, há algum tempo que quero e caio
jamais voltaste, te dignaste e caí no fosso
Não requeres os meus préstimos, e desmaio
ou seja um poço, que é triste e quase morto
Acorres a encher selhas e vasilhas com água
No outro, no poço e me deixas assim
alguma vez te lembraras da tábua
que me sela a boca e te servias de mim
Tu linda, pura virgem e nua
Antigamente que afluías às minhas entranhas.
Profunda quanto eu, brilhante como a lua
Apta a esvaziar-me, a beber-me sem manhas.
Esvaziaste-me da minha solidão de pedra.
Agora, porém, mais nada queres e te amanhas
Eu composto do que um vazio, não era,
Ladeado por mosaicos e gadanhas
De musgo e verdete, sobrepostos uns aos outros,
Ao longe, tão ao longe como as Espanhas,
É Profundo. Negro. Como eu e ambos estamos mortos.
Assin: Arthe
E daqui a alguns dias, quando o meu bem
Me descobrir e me esvaziar de tal esforço,
E içar um balde de mim e ver que fico aquém
vai ficar desiludido do que imaginava
não sabe que passar um balde para além
desta roldana me retirar a água que me secava,
até a última partícula líquida se evaporar
no meu interior a ultima gota de água evaporava
As derradeiras gotas de água. Parada. Morta.
Como eu. Daqui, desta janela, desesperava
Ias e um outro poço, porque és torta
Outro poço parecido comigo,
Onde te abastecias ao qual exortas
Era um outro poço, era um poço amigo
O mais estranho nisto tudo, penso
É querer que leves a minha água contigo
Saber que apesar de vazio e tenso
Podes ainda querer te abastecer comigo
Há quem me mire de soslaio,
por entre os caixilhos da janela, e searas de trigo
onde passo a maior parte do Maio.
Parado. Morto. Como um poço.
Mas, há algum tempo que quero e caio
jamais voltaste, te dignaste e caí no fosso
Não requeres os meus préstimos, e desmaio
ou seja um poço, que é triste e quase morto
Acorres a encher selhas e vasilhas com água
No outro, no poço e me deixas assim
alguma vez te lembraras da tábua
que me sela a boca e te servias de mim
Tu linda, pura virgem e nua
Antigamente que afluías às minhas entranhas.
Profunda quanto eu, brilhante como a lua
Apta a esvaziar-me, a beber-me sem manhas.
Esvaziaste-me da minha solidão de pedra.
Agora, porém, mais nada queres e te amanhas
Eu composto do que um vazio, não era,
Ladeado por mosaicos e gadanhas
De musgo e verdete, sobrepostos uns aos outros,
Ao longe, tão ao longe como as Espanhas,
É Profundo. Negro. Como eu e ambos estamos mortos.
Assin: Arthe
1 Missivas:
♥ Anónimo, escreveu…
Arthe, é lindo, sinceramente acho que é dificil encontrar, alguma sensibilidade, em alguém, nos dias que correm, mas tu, tu demonstras ter muita, especialmente para um homem, que raridade.......gostei muito.
Beijocas
PT
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