Icebergue
Espero, simplesmente espero
Que uma sombra branca no mar,
Fria muito fria, muito vazia de vida,
Que nunca pára de chorar,
Me venha mostrar o seu horizonte,
Corpo amorfo um pequeno monte,
Submergido no mundo que lhe deu vida,
Iluminado de complexos e espantos,
Marcado com sulcos em ferida
Assemelha-se à falsa fertilidade,
É frio, muito frio, tão vazio de vida.
Propenso no mar do norte,
Suspenso nessa leviandade,
Frio tão frio do brilho da sorte,
No quente do sol e da idade,
Que provoca um calor de morte,
Calor é morte aos blocos de gelo
Mas o teu frio é tão forte.
Ligado a ti sou, és tão belo.
Um iceberg que é amostra irreal
Do seu ser da sua enorme grandeza,
Mergulhado no seu amante com sabor a sal.
És frio, tão lindo, tão cheio de beleza,
Tão branco, tão brilhante, tão puro,
Genuíno, navegante, desgastado e tão duro.
Afinal Icebergue és igual à minha amante,
Tão linda, tão pura, nada mais queria,
Mas no fim é tão fria, tão neve...
...a minha amante é como um icebergue.
Assin: Artur Rebelo
1 Missivas:
♥ Kewas :), escreveu…
O poema é realmente lindissimo, já o li várias vezes, mas quanto mais o leio, mais o consigo apreciar :)
*aquela que com seus olhos te alcança mas só com o coração te guarda junto a ela, sempre*
Enviar um comentário
<< Voltar