Perguntas...
A chorar na escuridão,
Estava alguém que cora,
Sem saber que um não
Estava presente. Quem chora?
A correr na Solidão,
Estava alguém diferente,
Sem sequer te ter na mão,
Quem geme estando carente?
A gritar num canto,
Estava alguém no escuro,
Corpo de diabo, alma de santo,
Quem alivia a alma no duro?
A contemplar num morro,
Estava alguém no dito lugar
Quem pede por socorro?
Alguém que aspira impuro ar
A pedir numa cidade,
Estava alguém vencido,
Corpo de fome, rugas de idade,
Quem estará perdido?
A viver na floresta de dor
Estava alguém sozinho
Alguém que odeia o amor,
Quem se apaixonou por vinho?
A olhar a água desta ria,
Está alguém na neve de marfim,
Sonhos perdidos num só dia.
Quem morreu e está no fim?
Noite, espessa e escura,
Escura, fria como o breu,
A vida desse alguém é dura,
Esse alguém é poeta e sou eu.
A tristeza e o teu não,
A pobreza da minha alma,
Perdida no tempo esta paixão,
Preso a um cemitério que me salva.
Aponto o dedo a ti e a mim,
Aponto o dedo à lamina afiada,
Aponto o dedo àquele jardim,
Morri e por mim serás sempre amada.
Assin: António Moreno (Poema incluído in "Dores")
Estava alguém que cora,
Sem saber que um não
Estava presente. Quem chora?
A correr na Solidão,
Estava alguém diferente,
Sem sequer te ter na mão,
Quem geme estando carente?
A gritar num canto,
Estava alguém no escuro,
Corpo de diabo, alma de santo,
Quem alivia a alma no duro?
A contemplar num morro,
Estava alguém no dito lugar
Quem pede por socorro?
Alguém que aspira impuro ar
A pedir numa cidade,
Estava alguém vencido,
Corpo de fome, rugas de idade,
Quem estará perdido?
A viver na floresta de dor
Estava alguém sozinho
Alguém que odeia o amor,
Quem se apaixonou por vinho?
A olhar a água desta ria,
Está alguém na neve de marfim,
Sonhos perdidos num só dia.
Quem morreu e está no fim?
Noite, espessa e escura,
Escura, fria como o breu,
A vida desse alguém é dura,
Esse alguém é poeta e sou eu.
A tristeza e o teu não,
A pobreza da minha alma,
Perdida no tempo esta paixão,
Preso a um cemitério que me salva.
Aponto o dedo a ti e a mim,
Aponto o dedo à lamina afiada,
Aponto o dedo àquele jardim,
Morri e por mim serás sempre amada.
Assin: António Moreno (Poema incluído in "Dores")
0 Missivas:
Enviar um comentário
<< Voltar