Paredes
Paredes feitas de cortinas
Sujas como as minas,
Como se de pedra quisessem ser.
Paredes feitas de ruínas,
Ruínas caiadas em dor do saber.
Paredes jazendo sozinhas,
Mas que vida já chegaram a ter.
Destroços de outros tempos,
Lá dentro passaram mil pensamentos
Peças de outros lugares, outros ventos
Refúgio de casados e de amantes,
No tempo amado dos espectantes.
Paredes a esmorecer.
Alguns encontros desastrados,
De amores almejados,
De espíritos apaziguados,
De lábios descarnados,
De lágrimas a correr.
Por amores desfigurados
Estas paredes foram e são,
As minhas paredes, as de paixão
as paredes de um ser.
Assin: Artur Rebelo (2004-11-13)
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