Instantes Perdidos

Instantes que se perdem na vida rodopiante e alucinada... Instantes escritos em poesia na busca da perfeição.

terça-feira, janeiro 11, 2005

Ganhei um desatino em ti,,,
Construí a tristeza em mim,,,



Amor preso

Tenho um cavado e infausto semblante,
São marcas de lamentos em delírios,
Sem dó esta dor é lamento constante,
Germinaram em mim ácidos martírios.
Sonho em mim que és mulher confusa,
Culpa somente tua, tu com tal negação
Sangue me dás a beber da alma difusa,
Sangue mais ácido que salgado,
Sonho queimado pela brasa do carvão.
Porquê um não? Estou cansado.
Corro numa correria louca sem fim,
Noites vazias de ti, caladas por mim.
Silencio pungente do Novembro,
Sem fleumas de vida, tristeza assim,
Cresceu e tolheu ânimo de Dezembro,
Ganhei um pérfido desatino em ti,
Corro numa correria tão louca,
Pelo menos corro sem alma em mim,
Pelo último beijo teu na minha boca.
Meus lábios desejam apenas um sim...

Assin: Artur Rebelo
(Incluído na colectânea dores)
Fonte: Thom Lang/CORBIS