Divorciei-me de mim,
Para aliviar e travar as penas,
Envidrei-me dos momentos eternos,
Facturei-me em vómitos de cenas,
Notas de dor e presença de infernos...
Desisti de mim... desisti sim...
Meu corpo mais cadáver que moderno,
Revesti-me no caixão de veneno,
Divorciei-me de mim...
Apesar de homem sou pequeno,
Desisti de mim... Desisti sim...
Morro demasiado cedo, sei porquê...
Casei com o fim... Tenho medo...
Embalo-me na solidão de espuma
Nenhuma mão no horizonte me vê...
Estou no deserto do viver, na duna,
Duna profunda do meu apodrecer,
Casei com o fim... sim, casei com o fim...
Morto estou, moribundo e a morrer,
Divorciei-me de mim...
Assin: Artur Rebelo
3 Missivas:
♥ isa xana, escreveu…
que poema esmagadoramente "negro"
muito bem escrito*
♥ SL, escreveu…
Não te admito esse divórcio!
Espero que nunca o consigas com ninguém!
Jinhos...poema demasiado triste para dizer seja o que for.
♥ Uma estrela errante, escreveu…
Gostei muito do teu poema!
Apesar de toda a tristeza que revela.
Eu sei que és um lutador.
Beijo
Isa
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