Dúvida sobre ti deusa...
Passeio por intrigas num divã,
Desejos mais gastos que o sexo,
Penso em ti como a uma irmã,
O que penso não tem nexo,
Pois tens sabor de alma salgada,
Ponto e virgula, não falo de sexo.
Estanco o bater da forma iluminada,
Teu corpo tão calmo e convexo,
Curvas numa perfeição enredada...
Não sei se és amada, como irmã ou fada.
A dúvida assola o meu íntimo discreto...
Engolirei os gemidos, sentirei o luar
Ao coração sem caminho o converto
Engasguei-me de arrepios deste ar,
Tristeza física pela tristeza do incerto
Dor uma luz que espelha as ondas do mar
Perco a sanidade perante sonhos castos,
Penso em ti nesses sonhos. Será o amar?
As palavras são caminhos gastos.
És mulher, fraterna ou protectora?
És Afrodite, Deméter ou Atenas?
És amada, fraterna ou fada redentora?
Nada me permite saber...
É uma dúvida apenas...
Assin: Artur Rebelo
Imagem de quadro de autor que eu desconheço
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