Vendida a memória dos olhos
Escuto as ondas do mar caiadas a frio,
Dormências desalinhadas no afecto
Como se fosse o olhar sombrio
Da recusa que o amor sente
A um não, como resposta do acto secreto...
Criei a nostalgia de antigos delírios,
Cavalguei por caminhos sem gente,
Eram caminhos na dor e mau aspecto
Onde o néctar dos meus olhos frios
Escorria e vagueava no rosto inquieto...
Despida a alma da luz sem piedade
Que matou este sonho meu,
Agora expresso no olhar
Mostra que esta vaidade
Que era te amar na memória...
...Ela se colou,
E nesta dor junto os meus olhos
Que os tomo já velhos na idade
A memória deles já eu vendi
E tudo o mais que restou.
Assino: Artur Rebelo (Incluído na Antologia “Dores”)
2 Missivas:
♥ Anónimo, escreveu…
O teu canto é um ar que se respira com vontade, mesmo que seja um ar perdido de encantos. Um grande beijinho!
♥ Anónimo, escreveu…
Pois é, Artur, às vezes uma grande paixão do passado cola-se-nos ao presente e ao futuro. E por muito que andemos, respiremos, vivamos, amemos...ela lá está a acompanhar-nos sempre. Mais um poema lindissimo. Parabens pela tua sensibilidade.
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