Tenho medo de ti...
Porque a lágrima que mesmo fraca
Uma distância percorre,
E a alma dos olhos
Brotando na face onde morre
Deixa a sua húmida marca...
Tenho medo de ti,
Ao desenhar os problemas
Que na verdade da vontade
Eles me matam resgatando
A prisão sem algemas
Que se chama felicidade...
Tenho medo de ti,
Porque talvez a ti amo
Que mesmo sem palavras rimando
Chamo eu de verso,
Que é o que chamo
Ao teu corpo a descoberto...
Tenho medo de ti,
Porque és demasiado bela
Para o que amanhã me espera,
Tal fracção que se imobiliza
No teu ser que de medo me gela
Mesmo sem a mais fria brisa...
No teu corpo que se adorna
Colado ao meu peito aqui,
Do sentimento que não
Sairá daqui tão cedo...
Porque de ti,
Eu continuarei a ter medo...
Assino: Artur Rebelo